MITOS E LENDAS
Uma visão de origem do mundo em um
LENDA INDÍGENA DOS CAIAPÓS

Havia sido produzida uma grande escada de cordas. Lançaram a escada pelo buraco. Por ela desceram os dois valentes casais. Haviam assumido o compromisso de retornarem em um determinado período de tempo para trazer notícias. Ao chegarem ao solo. Ficaram maravilhados com o que viram. Belas e frondosas árvores. Pássaros. Um grande rio. Animais que não conheciam. Começaram a seguir uma anta. Depois seguiram uma borboleta. Caminharam ao longo do rio. Estavam impressionados com a beleza do lugar. O tempo foi passando e esqueceram de retornar para as nuvens onde viviam. Nas nuvens os sábios estavam começando a ficar preocupados. Haviam feito um plano de emergência, com medo de que a escada fosse usada por espíritos perversos. Vencido o prazo, cortariam a escada de corda.
Os exploradores perderam a noção de tempo com tanta coisa nova que estavam descobrindo. O tempo se esgotou e nas nuvens a tribo resolveu cortar a escada. Apesar do protesto dos parentes e amigos dos bravos aventureiros, a escada foi cortada.
A noite começou a chegar na Amazônia. Com o início do escurecimento do ambiente, os valentes exploradores lembraram do compromisso assumido. Correram em direção ao local onde estava a escada. Quando lá chegaram, a escada estava caída no solo. Não poderiam regressar às nuvens. Começaram a chorar. A noite chegou. Em um certo momento, um deles olhou para o Céu. Parou de chorar. Chamou a atenção dos demais, que também olharam para o Céu, e pararam de chorar. O que eles viram? Viram o Céu estrelado. Imaginaram cada uma das estrelas como uma representação das fogueiras que eram acesas nas nuvens que viviam. Assim cada vez que olhassem para o Céu estariam lembrando dos seus familiares e amigos que haviam ficado nas nuvens. Esses dois casais deram origem a vida na Terra.
Os índios Caiapós vêem sinais de seus ancestrais cada vez que olham para um belo céu estrelado.
Fonte: Livro "Um Passeio pelo Céu", autor Marcelo de Oliveira Souza, editora Muiraquitã (2007).
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